antes de começar, feche os olhos e inspire e expire lentamente enquanto conta até 60.
no último fim de semana, passei os dois dias imersiva em uma oficina de escrita para ficção com um escritor de quem sou muito fã e que você, provavelmente, já ouviu falar ou até já leu: Itamar Vieira Jr. autor de Torto Arado e Salve o Fogo, Itamar já ganhou diversos prêmios literários e viajou o mundo divulgando e lançando seu primeiro romance pelo globo. sonho, né? mas o legal é ouvir como esse sonho se tornou realidade e que, de acordo com o próprio, a sorte também teve um pouco de influência nisso tudo (eu discordo um pouco, acho que foi competência e alinhamento dos astros - e talvez seja isso que ele chame de sorte).
e estou contando isso aqui para você porque achei que a mensagem passada por ele é ao mesmo tempo “comum” e valiosa e sempre merece ser lembrada. quando vemos o sucesso de Torto Arado, os prêmios, as traduções para mais de 30 idiomas, temos a impressão de que o sucesso foi rápido. da noite para o dia, puf! ele escreveu um livro de sucesso que conquistou e continua conquistando o mundo, mas não é bem assim.
a história das irmãs Bibiana e Belonísia começou mais de 20 anos antes de sua publicação. te conto: Itamar começou escrever Torto Arada aos 16 anos, quando ganhou uma máquina de escrever do pai. de cara, ele redigiu 80 páginas da história e as guardou numa gaveta. entretanto, a família se mudava muito e as páginas acabaram se perdendo. nesse meio tempo, ele acabou escrevendo dois livros de contos e só então retomou (2009, se não me falha a memória) aquela história que tinha começado anos e anos atrás. e aí foi em 2018 que ele acabou ganhando o prémio LeYa e sendo publicado em Portugal e, só depois, no Brasil.
é claro que existem vários e vários detalhes importantes nessa história que, inclusive, estou ocultando (acho bacana você ouvir do próprio autor), mas eu quis trazê-la pra cá pra refletirmos juntos sobre essa linha do tempo de maturidade tanto da obra quanto de seu autor. uma coisa é fato: as coisas não acontecem da noite para o dia. pelo menos não para a maioria de nós, “reles mortais”. eu diria que Itamar hoje não é grande, é gigante, mas sua trajetória até o dia de hoje precisou ser respeitada. e o que eu achei mais incrível disso tudo é que ele fala com a maior tranquilidade sobre esse tempo, sem demonstrar que ficou ansioso ou achando que tudo estava demorando de mais.
muitas vezes, acabamos deixando a ansiedade dominar, querendo que tudo aconteça rápido, pra ontem, e seja um sucesso logo de uma vez. e eu não preciso necessariamente estar falando sobre uma obra artística, pode ser uma promoção no trabalho, uma mudança de casa, uma viagem, um objeto de desejo. tudo pode fazer com que nosso cérebro tente nos dominar e nos faça duvidar do caminho que estamos trilhando.
hoje, deixo você com essa reflexão sobre respeitar o próprio tempo e também a si mesmo porque no fim do dia, a vista vai ser linda, não importa quando ela aconteça.
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dicas da vez
esse documentário já tá um pouco antigo, mas continua sensacional.
esse livro é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o e vai virar uma série com um elenco incrível. inclusive, já falei sobre ele aqui.
descobri esse restaurante chinês em Pinheiros e achei tudo de bom (tem opção vegetariana). dica: o chá de jasmim é mara.